Outubro Rosa e as emoções

Para falar um pouco sobre câncer de mama e emoções, conversamos com a Nicole Morás, que é jornalista e foi diagnosticada com câncer de mama aos 31 anos. Ela fez tratamento com quimioterapia e cirurgia em 2020 e há um ano está em remissão – que é o período em que não há atividade de câncer, mas na qual deve-se fazer acompanhamento até que, após 5 anos, seja possível se falar em cura. Confira o que ela nos contou: 

“Quando a gente descobre um câncer, precisa lidar com muitas emoções. Na verdade isso começa já no momento da biópsia para saber se o nódulo é de fato um tumor ou é benigno. É um período de muita ansiedade, pois projetamos diversas situações e são muitas informações novas. Para mim, com certeza, a espera deste resultado foi o período mais difícil. Saber do diagnóstico é ruim, ninguém quer ter um câncer, mas neste momento a gente já sabe o que precisa enfrentar. Durante todo o processo sentimos medo, raiva, insegurança. Insegurança de não ver nossos sonhos se realizados, medo de ser difícil demais ou de ver as pessoas que a gente ama sofrendo. Por outro lado, compartilhar isso também faz com que a gente descubra um apoio muito grande e nos vemos cercados de amor. 

No Outubro Rosa, quando a gente fala em prevenção, a gente fala sobre adotar hábitos mais saudáveis, como praticar exercícios físicos, comer alimentos mais naturais, não fumar e não beber. E também é lidar com as nossas emoções. Se a gente reprime as emoções, daqui a pouco elas irão extravasar de uma forma e, talvez, possam ser psicossomáticas. Por isso, é importante encontrar formas de acessar as emoções, se permitir sentir e encará-las. Isso pode se dar com a ajuda de terapia, por exemplo, com músicas e filmes, de atividades manuais. Os próprios florais são ótimos para a gente lidar com os sentimentos e criar momentos de autocuidado. 

O conceito de saúde, segundo a Organização Mundial da Saúde, leva em consideração tanto a saúde física quanto psicológica. Por isso, o bem-estar e estar saudável estão diretamente relacionados com o que fazemos pelo nosso bem-estar.

Enfim, cada etapa do tratamento – e da nossa vida como um todo, na verdade, é permeada por uma série de sentimentos. Às vezes é mais fácil lidar com elas, em outros é mais difícil. Mas tudo é possível! Eu sempre digo que no meu caso foi um câncer de mama, mas para outra pessoa pode ser a perda de um filho, um divórcio. Na verdade, tudo depende de como a gente encara os desafios da vida. E você, está pronto para encarar os seus desafios?

Nicole Sberse Morás

Eu, as minhas emoções e o câncer

Como jornalista, o que me ajuda a lidar com as emoções é escrever. Aproveitei isso e documentei todo o meu tratamento no Instagram, pois além de processar essas emoções todas, eu posso contribuir para que outras mulheres lembrem da importância da prevenção. Além disso, foi pelas redes sociais que conheci muitas oncofriends, que é o nome que damos a amigas virtuais que também estão em tratamento. Dividir tudo isso e ver que outras mulheres passam pelo que eu passo ajuda muito! Criamos uma rede de apoio muito grande. Isso nos ajuda a manter o otimismo e motivadas ao ver que existe, sim, vida durante e depois do câncer.

Da mesma forma que ver o resultado dos exames sem sinais de câncer nos preenche de uma felicidade extrema, a iminência do fim do tratamento também gera um pouco de apreensão. Com certeza não somos as mesmas depois de tudo que enfrentamos. Repensamos a nossa rotina, a nossa vida, as relações, o trabalho…e com isso temos novas páginas em branco para preencher com o que faz sentido na nossa vida. Isso é incrível e libertador, pois temos todas as possibilidades, mas também dá um pouco de medo, afinal, qual é a melhor escolha a fazer? Como abrir mão do que temos por uma vida nova?

O Outubro Rosa

Você já deve ter visto que muitas pessoas estão falando sobre o Outubro Rosa. Esse movimento nasceu nos anos 1990 nos Estados Unidos com o objetivo de engajar as mulheres na prevenção ao câncer de mama; Desde então, todo mês de outubro fica um pouco mais rosa e a campanha foi crescendo. E por que precisamos olhar com atenção para a prevenção ao câncer de mama?

No Brasil, é o segundo tipo de câncer que mais acomete mulheres. Conforme o Instituto Nacional do Câncer (Inca), em 2021, estima-se que ocorrerão 66.280 casos novos da doença, o que equivale a uma taxa de incidência de 43,74 casos por 100.000 mulheres (INCA, 2020). No mundo, é o tipo de câncer mais diagnosticado no público feminino. Em 2020 foram aproximadamente 2,3 milhões de casos novos estimados, o que representa 24,5% de todos os casos novos por câncer em mulheres.

Por isso, fala-se tanto em prevenção ao câncer de mama. E essa prevenção significa adotar hábitos mais saudáveis, que podem prevenir não só o câncer de mama, mas outros tipos de câncer e outras doenças também. Algumas medidas de prevenção são a prática de exercícios físicos, uma alimentação mais saudável, não fumar e não beber. Amamentar também é um fator preventivo, assim como cuidar do nosso bem-estar. E isso passa pela maneira como lidamos com as nossas emoções .

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